TCU pune autor do relatório falso sobre notificações de covid

Com Marcelo Hailer

O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu por 45 dias o auditor Alexandre Marques, que produziu um relatório falso em que apontava uma suposta supernotificação de mortes por Covid-19 por estados, municípios e o Distrito Federal. Durante o período da suspensão o servidor não vai receber salário.

O falso relatório chegou a ser utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, posteriormente, compartilhado nas redes bolsonaristas para atacar as políticas de combate ao coronavírus.

À época da divulgação do relatório "fake?, o TCU afirmou que o material não havia sido produzido pelo Tribunal e, portanto, não possuía legitimidade.

Após a declaração do TCU, o presidente Bolsonaro teve de assumir que se tratava de um documento falso.

Ouvido pela CPI da Pandemia no Senado Federal, Alexandre Marques afirmou que se tratava de um rascunho e que em momento algum ele havia concluído que as mortes por covid estavam supernotificadas.

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De acordo com o servidor, o relatório falso foi compartilhado com servidores do TCU no dia 31 de maio. No dia 6 de junho, o documento foi enviado por Marques ao seu pai e, depois, o documento foi repassado ao presidente da República, que compartilhou o "relatório? no dia 7 de junho.

Todavia, o documento que circulou pelas redes bolsonaristas tinha o nome do TCU no cabeçalho, mas, Marques afirma que o "relatório? foi editado, porém não soube informar por quem.

À Comissão o auditor afirmou que não tem relações com a família Bolsonaro, mas, revelou que o seu pai, Ricardo Marques, "mantém relações de contato? com o presidente. Também contou que o seu pai foi indicado para o cargo de gerente executivo de inteligência da Petrobras.

O funcionário do TCU já estava cumprindo afastamento cautelar enquanto era investigado. Com a suspensão, Marques pode ser demitido caso pratique nove falta.